No prosseguimento da investigação sobre o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), a Justiça determinou nesta sexta-feira a prisão de oito funcionários da Vale: dois executivos, dois gerentes e quatro integrantes da equipe técnica. Segundo o Ministério Público (MP), o objetivo das prisões é apurar a responsabilidade criminal pelo desastre que causou a morte de mais de 160 pessoas.
Além de cumprir os oito mandados de prisão, a polícia também foi autorizada pela Justiça mineira a fazer, na manhã desta sexta-feira, buscas e apreensões em 14 endereços de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Procurados, o Ministério Público de Minas e a Justiça não confirmaram se todos os mandados tinham sido cumpridos até 8h45.
Um dos presos é o gerente-executivo da Vale, Alexandre Campanha, segundo a TV Globo. O engenheiro Makoto Namba, da empresa alemã TÜV SÜD, disse em depoimento à Polícia Federal que Campanha o pressionou para que se apressasse em assinar o laudo que atestou a segurança da barragem no segundo semestre do ano passado .
Namba foi preso no fim de janeiro em outra operação relacionada à tragédia e solto uma semana depois por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) . Em depoimento, ele relatou que Campanha teria lhe dito, durante uma reunião sobre o laudo: “A TÜV SÜD vai assinar ou não a declaração de estabilidade?”. O engenheiro disse que assinaria o documento se a mineradora se comprometesse com as melhorias.