A Justiça Federal condenou o padre A.S.e o ex-padre E.G.S. por desvios de R$ 79,8 mil de um programa para conscientizar jovens sobre Aids, em Goiandira, região sul de Goiás. Ambos fazem parte da Igreja Católica Apostólica Brasileira (Icab). O caso ocorreu em 2005. Segundo a sentença, os dois apropriaram do dinheiro, que se destinava a “projeto de interesse público”. Cabe recurso.
Anselmo foi condenado oito anos e seis meses. Já Egmar pegou uma pena de oito anos e um mês. Além disso, ambos terão que devolver o valor com a devida correção ao longo do período.
O advogado de Anselmo, Pedro Xavier Coelho Sobrinho disse que discorda da decisão e que vai recorrer. Ele afirma que seu cliente, que está em liberdade, não recebeu nenhum centavo da quantia.
“É certo que vamos recorrer. As provas dos autos demonstram claramente que ele não teve envolvimento. Ele participou da elaboração do projeto, mas não pegou o dinheiro. Quem pegou foi o Egmar”, afirmou ao G1.
O G1 tentou contato durante toda manhã, mas não conseguiu falar com o advogado de Egmar. Porém, nos autos, a defesa alegou que “Anselmo é o único responsável pelo delito”.
Condenação
Anselmo e Egmar foram condenados por peculato, crime no qual o funcionário se apropria de algum bem em razão do seu cargo. O ex-padre também foi condenado por falsificação de documento, pois teria apresentado uma nota fiscal falsa para justificar os gastos de R$ 42 mil do total sacado.
O projeto, batizado de “Jovens Conscientes” foi financiado pelo Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, o qual, segundo a denúncia do Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO), repassou para sua implementação um total de R$ 164 mil.
Por isso, o juiz federal Alderico Rocha Santos, da 5º Vara Federal, considerou a ponderação do MIPF/GO de que “os sacerdotes, por terem exercido função pública por delegação, são considerados funcionários públicos para fins criminais”.
O G1 entrou em contato por email com o Ministério da Saúde às 9h22 desta quinta-feira (25) e aguarda retorno.
Desvio
Segundo a sentença, os religiosos teriam se apropriaram do valor entre 6 e 21 de janeiro de 2005. Testemunhas arroladas no processo afirmaram que Egmar sacou o dinheiro e o repassou para Anselmo.
Fonte:G1