Tomar mais de 100 comprimidos por dia, fazer a última refeição do dia às 11h (sim, da manhã) e usar um anel peniano enquanto dorme… Estas são algumas das táticas extravagantes adotadas pelo empresário Bryan Johnson, que, aos 46 anos, tem o plano de voltar a ter a saúde de um jovem de 18.
O milionário diz encarar seu corpo como se fosse um algoritmo, que pode ser configurado conforme os seus interesses. Para isso, criou que chama de protocolo Blueprint, que prevê, entre outras coisas, expor o rosto diariamente a um painel com luz infravermelha.
O método ainda inclui uma equipe com 30 médicos e, segundo o empresário, custa US$ 2 milhões por ano (R$ 10 milhões).
Bryan fez fortuna no ramo dos aplicativos de pagamento e atualmente é dono de uma empresa rival da Neuralink, do bilionário Elon Musk, no ramo na neurociência.
Os especialistas também questionam o uso de tantos comprimidos por dia e a rigidez da dieta defendida pelo empresário.
O que é o protocolo Blueprint?
O Blueprint é um método com o qual Bryan Johnson diz que tem conseguido retardar seu envelhecimento.
O tal protocolo inclui medições diárias de dados como peso e índice de massa corporal, além do uso de um painel com luz infravermelha por alguns minutos sobre o rosto para simular a luz solar e ajustar o relógio biológico de Bryan.
Durante o sono, o empresário usa um anel peniano que monitora ereções noturnas. A fabricante diz que os dados coletados pelo dispositivo ajudam a identificar rapidamente casos que podem resultar em disfunção erétil – veja o que especialistas dizem sobre essa disfunção sexual e como tratá-la.
Todo esse processo é acompanhado por profissionais e também envolve medidas como:
- ⏰ acordar às 4h30 e ir dormir às 20h30
- 🏋️ fazer exercícios durante uma hora todas as manhãs
- 🚫 não ingerir bebidas alcoólicas e não comer gordura, nem doces
- 🍴 manter uma alimentação vegana que não ultrapasse 2.000 calorias por dia
- 🕚 comer sua terceira e última refeição do dia às 11h – um tipo de dieta que a ciência já disse que não funciona
- 💊 tomar mais de 100 comprimidos por dia, incluindo vitaminas e medicamentos
Em sua tentativa de rejuvenescer, o empresário chegou a testar até a transfusão de plasma sanguíneo, a parte líquida do sangue que é responsável por transportar nutrientes, participar da defesa do organismo e auxiliar na coagulação, por exemplo.
Bryan não só recebeu plasma do filho, de 18 anos, como passou o próprio plasma para seu pai, de 71. Ele interrompeu a prática por não ver benefícios, ainda que a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) já tivesse alertado que ela, de fato, não traz melhorias.
O protocolo de Bryan é seguido por outras pessoas, que fazem parte do movimento conhecido como “Don’t Die” (“não morra”, em inglês).
Alguns deles também são clientes da Blueprint, marca que o empresário criou para vender produtos que prometem ajudar a prolongar a vida: um azeite de oliva, por exemplo, custa US$ 60 (R$ 300). Mas o site da empresa não explica qual é o diferencial dele para outros azeites.
Quem é Bryan Johnson?
Bryan Johnson se tornou conhecido por ter criado a plataforma de pagamentos Braintree em 2007. Seis anos depois, ela foi vendida por US$ 800 milhões (cerca de R$ 4 bilhões, na cotação atual) para o PayPal.
Em 2014, Bryan criou o OS Fund, fundo de investimentos para empresas de ciência e tecnologia. Dois anos depois, ele fundou a Kernel, empresa que cria interfaces cérebro-máquina.
A Kernel diz ser capaz de acelerar e baratear tratamentos neurológicos com a ajuda de um capacete que consegue “ler” o cérebro e é vendido por US$ 50 mil (R$ 250 mil), de acordo com o New York Post.