Na tarde desta quinta-feira (19), João Teixeira de Faria, o João de Deus, foi condenado a 19 anos em regime fechado. Essa é a primeira condenação do médium por crime sexual. A decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) foi dada por meio de sentença da juíza Rosângela Rodrigues, da comarca de Abadiânia. Ainda cabe recurso.
A condenação é relativa a quatro casos de violação sexual. Todos eles aconteceram a partir do ano de 2009. De acordo com Rosângela, dois casos são de violação mediante fraude e os outros dois por estupro de vulnerável.
“A princípio deverá ser cumprida regime fechado”, afirma a juíza sobre a sentença. Segundo ela, nesta quinta-feira também foi indeferido um pedido de liberdade provisória. Ela explica que há dois Habeas Corpus em aberto que estão em instâncias superiores. Um no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e o outro no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
Ao todo, são 11 denúncias que foram oferecidas pelo Ministério Público. Sendo assim, ainda restam 10 a serem julgadas. Sobre o tempo que demorou para proferir a primeira sentença, a magistrada diz que é devido à complexidade do caso. “Não tinha como julgar em um prazo menor”, diz. Um dos motivos apontados são as internações do réu em hospitais, impediram alguns interrogatórios de acontecer.
Pena
A idade de João de Deus, que tem 77 anos, é um atenuante na decisão pela pena. Isso porque a partir dos 60 anos, pode haver diminuição em até 30%. Contudo, a juíza diz que isso já foi levado em consideração na instituição do tempo. Sendo assim, não haverá diminuição dos 19 anos. “ Mas tudo na justiça é cabível de recurso”, ressalta.
Sobre o cumprimento de prisão no Complexo de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia, ela diz que o médium está no local pelo fato do complexo ser de segurança máxima. “Mas agora que há uma sentença, ele pode ser transferido para qualquer lugar”, pontua Rosângela.
No último dia 7 de novembro, João de Deus foi condenado a quatro anos em regime aberto pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e de uso restrito. A decisão foi publicada também pela juíza Rosângela Rodrigues, de Abadiânia, onde o médium fazia os atendimentos espirituais. A esposa de João de Deus, Ana Keyla Teixeira, também era ré no processo, mas foi absolvida.
A defesa do médium ainda deve se posicionar sobre o assunto.
Fonte: Mais Goias