A Justiça determinou a perda do cargo público ocupado pelo delegado substituto Rafhael Neris Barboza após ele ser condenado por desviar celulares apreendidos. O delegado afirmou que os bens, frutos de contrabando, foram doados a “pessoas em recuperação” Cabe recurso da decisão.
A decisão é de sexta-feira (11). Em seu depoimento, o delegado alegou que quando chegou a Uruaçu se deparou com uma situação muito complicada. Segundo ele, quando assumiu a delegacia, o local era “uma casa velha, caindo aos pedaços, lixos para todo lado, uma sala que fedia a maconha, era bagunçada, o trabalho era desorganizado, não tinha horário”.
Em nota, o delegado disse ainda que os bens foram devolvidos em espécie logo que ele foi procurado pela Justiça e que não houve prejuízo ao erário e nenhuma vantagem da parte dele.
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) informou que aguarda a comunicação do Poder Judiciário sobre o caso.
Afastamento
Na época, o juiz Gabriel Lisboa Silva decidiu, além de afastar totalmente o delegado, proibir que ele se aproximasse da delegacia de Uruaçu e das testemunhas do Ministério Público. A decisão também determinou que ele devolvesse as armas de fogo à Corregedoria da Polícia Civil.
Ex-policial militar no Distrito Federal, Rafhael Neris ganhou notoriedade logo que chegou a Uruaçu por decidir reformar o prédio da delegacia local com recursos próprios, gastando uma quantia de aproximadamente R$ 15 mil.
A investigação começou quando Rafhael foi transferido para a comarca de São Miguel do Araguaia, em substituição ao delegado Fernando Martins, que ocupou seu lugar em Uruaçu. Logo que chegou à cidade, Fernando Martins realizou um inventário para relacionar mobiliário e equipamentos existentes na delegacia e objetos apreendidos em operações policiais. Foi esta medida que resultou no inquérito que passou a tramitar na delegacia de Uruaçu.
Nota do delegado:
Gostaria de esclarecer que não me apropriei dos bens, bens estes frutos de contrabando e que provavelmente seriam destruídos ou descartados. Os bens foram doados a pessoas em recuperação, com único intuito de ajudar.
Não houve prejuízo ao erário, e nenhuma vantagem da minha parte. Tudo foi documentado, onde eu me responsabilizava por estes objetos, confeccionando termo de depósito em meu nome.
Os bens foram devolvidos em espécie logo que fui procurado pela Justiça. Sigo no cargo de delegado de Cocalzinho de Goiás até o trâmite final do processo.
G1