Governador relatou que já iniciou conversas com a EDP, que cuida da distribuição de energia no Espírito Santo. A sugestão é que a italiana troque ativos com a possível nova gestora
O governador Ronaldo Caiado (DEM) informou em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 14, que, em reunião com representantes da Enel nesta manhã, disse a eles que o interesse do Estado está na troca da empresa responsável pelo abastecimento de energia em Goiás. O democrata inclusive aponta que já tem conversado com representantes da EDP, distribuidora de energia elétrica do Espírito Santo, para, caso seja possível, efetuar a troca de ativos com a empresa italiana.
De acordo com Caiado, na reunião com o diretor global de infraestrutura da Enel, Lívio Galo, a empresa apresentou propostas que já haviam sido prometidas antes e não foram cumpridas. “Ele veio com a diretoria, responsável pela Enel de Goiás, dizendo do interesse deles em montar uma força de trabalho, contratar mais 1.500 pessoas, criar estruturas regionais capazes de poder atender com maior celeridade os consumidores”, detalhou.
Entretanto, as palavras dos representantes não convenceram o governador. “É sempre a mesma tese. E, no entanto, no mês de outubro e de novembro houve a maior crise de falta de energia no Estado de Goiás, com falta de energia elétrica por vários dias em várias regiões, e, sim, um colapso até mais grave do que de anos anteriores”, argumentou.
“Então o que eu disse a ele foi da falta de credibilidade da Enel junto à população. As pessoas não confiam mais naquilo que eles assinam e nem naquilo que eles dizem. Já foi criado um sentimento em Goiás de que a Enel não tem respeito pelo Estado”, acrescentou.
Para o democrata, “torna-se impraticável a continuidade da Enel em Goiás”. E citou o projeto de Lei que tramita na Assembleia Legislativa de Goiás para encampação, isto é, rescisão do contrato de venda da Celg D e, ainda, o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pediu a caducidade do contrato.
Nova empresa
“Eu disse a eles que o melhor, neste momento, já que é um fato costumeiro, seria nós buscarmos uma outra empresa. E eu já tive a oportunidade de ontem falar com o presidente da EDP, que é uma empresa que presta serviço em alguns Estados no país, e também investe muito na área de geração de energia. O representante deles no Brasil disse que, havendo espaço, teria todo interesse em poder prestar serviço em Goiás”, detalhou.
A sugestão de Caiado é que haja um entendimento entre as empresas, por meio de troca de ativos. Ele disse que, num primeiro momento, houve uma reação negativa dos representantes da Enel, que voltaram a se comprometer em transformar Goiás na maior distribuidora do país.
“Mas eu disse que já ouvimos isso e que agora nosso interesse é trocar as empresas, com troca de ativos entre elas e a outra assume. Em contrapartida pode-se fazer isso com a maior tranquilidade, já que a EDP tem prestado um serviço de referência no Estado em que atua”, justificou o governador.
O democrata também disse que irá levar essa possibilidade ao ministro de Minas e Energia e ao presidente da República. O processo de transição para outra empresa, no entanto, não foi aceito pela Enel.