Mais de 70 mandados de prisão, busca e apreensão são cumpridos na manhã desta sexta-feira (25). Além da ‘Poderoso Chefão’,
Três operações são feitas na manhã desta sexta-feira (25) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os alvos são servidores públicos de Uberlândia como vereadores, policiais militares e civis.
Ao todo, 76 pessoas são investigadas e segundo o Ministério Público Estadual, são cumpridos, com apoio da Polícia Militar e Civil, 75 mandados de busca e apreensão e 88 mandados de prisão preventiva e uma temporária.
A Operação “Poderoso Chefão” foi desencadeada nesta data em Uberlândia e investiga fraude e desvio de dinheiro envolvendo vans que prestam serviço para o município. Já o desdobramento da “Mercúrio” apura crimes de corrupção passiva e ativa envolvendo policiais civis. E a Operação “Torre de Babel” é feita em Uberlândia, São Gotardo, além das cidades Itumbiara e Goiânia no estado de Goiás. (Veja detalhes abaixo)
Prisões
Até as 11h30, a reportagem confirmou que em relação aos parlamentares, foi preso o vereador Wilson Pinheiro (PP) e um novo mandado de prisão cumprido contra vereador Juliano Modesto (SD), que já estava preso. Já o vereador Alexandre Nogueira (PSD) é procurado e ainda não foi encontrado.
Segundo o balanço parcial divulgado no fim da manhã pelos promotores Daniel Marotta e Adriano Bozola, oito policiais civis e quatro militares também foram presos. Entre eles os delegados Eduardo Leal e Vitor Adriano Dantas.
A reportagem está em procura dos advogados de defesa dos presos. Também procurou a corregedoria da Polícia Civil e Câmara Municipal. (Veja posicionamentos abaixo).
Poderoso Chefão
Segundo o MPE, a Operação “Poderoso Chefão” foi desencadeada nesta sexta-feira (25) e investiga uma organização criminosa que atua no desvio de recursos públicos vindos de contratos de prestação de serviço público municipal de transporte de alunos.
Foram cumpridos 16 mandados de prisão preventiva, entre eles contra os vereadores Juliano Modesto (SD), que já estava no Presídio Professor Jacy de Assis, Wilson Pinheiro (PP) e Alexandre Nogueira (PSD). Ainda, contra Adeilson Barbosa Soares, que já exerceu, no passado, cargo de Controlador Geral da Câmara Municipal cujo nome ainda não foi divulgado.
Também foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e determinado o sequestro de bens e valores dos investigados no limite de R$ 7 milhões.
Investigação
Segundo o Gaeco, as investigações apontam que por meio da associação com o nome ATP, a organização criminosa desviou, em 2016, R$ 7 milhões da Prefeitura Municipal de Uberlândia.
O grupo contava com esquema para lavagem dos recursos obtidos criminosamente, por meio de diversas empresas constituídas em nome de dirigentes da Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas de Uberlândia Ltda (Coopass) e da ATP, bem como de laranjas utilizados pelo consórcio criminoso. Crimes na contratação de escritórios de advocacia também são investigados.
Torre de Babel
O Gaeco também realiza um desdobramento da Operação “Torre de Babel” com 57 investigados, entre eles cinco policiais militares e cinco civis.
Foram cumpridos 69 mandados de prisão preventiva e um mandado de prisão temporária, além de 54 mandados de busca e apreensão e bloqueio de bens no limite de R$ 5 milhões. Onze pessoas já estavam no sistema prisional de Minas Gerais.
A segunda fase da operação constitui novo desdobramento da Operação Dominó, especificamente a organização criminosa chefiada por Anderson Modesto Cunha, que segue preso devido a outras operações do MPE. O advogado dele ainda não se posicionou sobre o caso.
Primeira fase
Na primeira operação, o Gaeco cumpriu no dia 10 de outubro diversos mandados judiciais em Uberlândia, Uberaba e Monte Carmelo contra mais de 100 investigados. Até o início da semana, nove pessoas seguiam foragidas.
Os alvos foram três organizações criminosas distintas envolvidas em roubos de carga, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, receptação de veículos, irregularidades em contratos públicos e até homicídios.
Um dos mandados foi contra o vereador Juliano Modesto (SD) e outro, de busca e apreensão, contra o vereador, Alexandre Nogueira (PSD).
Operação Mercúrio
Ainda nesta sexta, foi feita a segunda fase da Operação “Mercúrio” com foco na apuração de crimes de corrupção passiva e ativa, envolvendo policiais civis de Uberlândia e integrantes de organização criminosa atuante no ramo de roubo de caminhões e cargas.
Segundo o Gaeco, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, sendo contra os delegados Eduardo Leal, denunciado por corrupção passiva, e Vitor Adriano Dantas (suspenso das atividades após ser preso na Operação Fênix), além de um investigador. Também foram cumpridos três mandados de busca e apreensão.
A reportagem está em contato com os advogados de defesa dos citados.
Primeira fase
A primeira fase foi realizada no final de agosto em dez estados do país para combater uma quadrilha especializada em roubo e receptação de caminhões e cargas, agiotagem além de lavagem de dinheiro.
Mandados judiciais foram cumpridos em Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Pará, Paraná, Pernambuco, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Santa Catarina.
Na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba foram cumpridos 42 mandados de prisão, sendo maior parte em Uberlândia.
O outro lado
O advogado Heitor Rodrigues de Souza Leão, de defesa do delegado Vitor Dantas, informou para a produção do MG1 que vai se posicionar somente após tomar conhecimento do processo.
A corregedoria da Polícia Civil se pronunciou por meio do Delegado-chefe do 9º Departamento de Polícia Civil, Marcos Tadeu de Brito, que disse que medidas serão tomadas e investigações continuam.
O advogado Rodrigo Ribeiro, que defende os três vereadores, disse que ainda não teve acesso ao processo nem à decisão, que considerou desnecessária a prisão dos vereadores. Informou que os parlamentares prestarão todas as informações solicitadas pelo Ministério Público e que tem confiança de que o poder judiciário logo restabelecerá a liberdade dos vereadores.
O presidente do Partido Social Democrático (PSD), do qual faz parte Alexandre Nogueira, informou que vai se inteirar dos fatos e, por enquanto, não vai se posicionar. O presidente do Partido Progressista (PP), do vereador Wilson Pinheiro, enviou nota dizendo que conhece o caráter do político e conduta ética frente aos mandatos do parlamentar. Já o Solidariedade (SD) já realizou a suspensão e aguarda a expulsão de Juliano Modesto do partido.
Em contato com o presidente da Câmara Municipal, vereador Hélio Ferraz “Baiano” (PSDB), ele disse que não vai se pronunciar.
A reportagem segue em busca do posicionamento dos demais envolvidos.
Fonte: G1